Esta secção descreve as perguntas e respostas mais frequentes relacionadas com a saúde do trato urinário e da próstata e a possível presença de distúrbios urinários. As perturbações urinárias, para além de terem um impacto na qualidade de vida e no bem-estar da pessoa afetada, podem conduzir a outros problemas de saúde ou ao agravamento dos já existentes. A possível combinação de distúrbios urinários e sexuais pode afetar ainda mais a qualidade de vida.
Se houver um problema de disfunção erétil – ou disfunção sexual em geral -, a primeira pessoa a contactar é o médico de família, que realizará as primeiras avaliações e, eventualmente, solicitará exames complementares e uma consulta com um especialista.
O médico de família é o médico que tem o melhor conhecimento da história do indivíduo. Em particular, conhece as possíveis doenças, terapias, estilo de vida e outras condições da pessoa que podem levar ao aparecimento de uma doença ou distúrbio.
Por exemplo, no caso de distúrbios sexuais, a pessoa pode ter uma história concomitante de distúrbios urinários, que pode orientar a suspeita do médico para uma causa comum, como um problema de próstata. Além disso, o clínico geral, através de perguntas específicas, pode entender melhor o tipo de distúrbios sexuais descritos pela pessoa, para determinar se é realmente uma disfunção erétil.
Uma vez estabelecida a suspeita, o médico poderá utilizar não só a consulta, mas também os exames de diagnóstico, que ajudarão a esclarecer a natureza dos transtornos sexuais. Em qualquer caso, o médico de clínica geral pode solicitar o parecer de um especialista, a quem a pessoa deve ser reencaminhada, com o objetivo de definir melhor o diagnóstico e o melhor tratamento possível.
O médico especialista que melhor pode cooperar com o médico de clínica geral no caso de perturbações sexuais é geralmente o urologista ou o andrologista. O urologista é particularmente adequado para a combinação de distúrbios sexuais e urinários.
No entanto, é igualmente possível a intervenção de outros especialistas se a avaliação inicial do médico generalista revelar outros problemas. Por exemplo, o apoio psicológico ou a ajuda de um médico com experiência noutras doenças relacionadas com perturbações sexuais, como a diabetes, a endocrinologia ou a cardiologia, podem ser adequados.
O termo prostatite significa inflamação da próstata, por isso é um problema exclusivamente masculino. Quando a próstata fica inflamada, os sintomas mais característicos são distúrbios urinários, dor e mal-estar geral, por vezes acompanhados de febre, calafrios, náuseas e vómitos. Os sintomas urinários são principalmente o aumento da frequência urinária e a dificuldade em começar a urinar, com desconforto ou dor associados.
No entanto, a prostatite também pode ser quase assintomática. Em outras palavras, os sinais de prostatite podem ser detetados por um exame (como a ecografia da próstata ou PSA), sem que a pessoa apresente quaisquer sintomas particulares ou distúrbios urinários.
A prostatite também deve ser distinguida especialmente na forma aguda ou crónica, dependendo da sua recorrência e persistência ao longo do tempo. A prostatite aguda ocorre subitamente e dura pouco tempo, enquanto a prostatite crónica se desenvolve mais lentamente e persiste por muito tempo.
As causas da prostatite são frequentemente difíceis de definir, especialmente no caso da prostatite assintomática crónica. O evento desencadeante da prostatite e os sintomas resultantes podem muitas vezes ser causados por uma infeção bacteriana. Mas vários fatores de risco que podem predispor à inflamação da próstata também devem ser considerados, tais como: idade (mais frequente na idade adulta), infeções urinárias, microtraumatismo repetido, episódios anteriores de prostatite, predisposição familiar e outros aspetos do estilo de vida, a serem considerados em conjunto com o seu médico de família.
Obviamente, na presença destas perturbações, o principal conselho é contactar imediatamente o seu médico de família.
A incontinência urinária é uma perda involuntária de urina. Este problema, que pode ser mais ou menos ocasional, pode ser acionado por várias situações, que definem o tipo. As situações mais frequentes são a incontinência de urgência e a incontinência de esforço ou de stress.
Incontinência urinária de urgência é definida como a perda involuntária de urina resultante da urgência de urinar. Neste caso, a pessoa sente a necessidade repentina de urinar, mas não pode dominar o estímulo, por isso há uma contração incontrolável da bexiga que provoca a perda de urina.
A incontinência urinária também pode resultar de um estímulo ocasional, como um esforço, tosse ou riso. Neste caso é definida como incontinência de esforço.
Em qualquer caso, a incontinência urinária é normalmente um sinal de uma espécie de fraqueza do chamado pavimento pélvico, ou seja, a estrutura da pélvis que suporta a bexiga, constituída por ossos, músculos e nervos. O esvaziamento da bexiga também é controlado pelos músculos localizados ao nível do colo vesical, no ponto de transição da bexiga para a uretra (esfíncter uretral). Estes aspetos anatómicos ajudam a entender por que a mulher é mais propensa à incontinência urinária. A mulher tem uma uretra muito mais curta do que o homem e a sua estrutura muscular funde-se com outros componentes dos tecidos adjacentes, ou seja, com o tecido mucoso e submucoso próximo da parede anterior da vagina. Este posicionamento permite que o colo da bexiga seja mais móvel do que o colo masculino, mas também mais sujeito a pressões abdominais. Além disso, os tecidos de suporte da bexiga em mulheres são afetados por estímulos hormonais e mecânicos. A menopausa, a gravidez e o parto são todos fatores que podem afetar o esvaziamento da bexiga. Além disso, e especialmente nas mulheres, a cistite é uma causa frequente: uma inflamação de natureza infeciosa, que aumenta a necessidade de urinar. Nos homens, no entanto, a incontinência urinária pode ocorrer principalmente devido a problemas de próstata.
Em qualquer caso, a incontinência urinária causa sempre grande constrangimento e pode influenciar fortemente a qualidade de vida e as relações sociais da pessoa. Por isso, é aconselhável chamar a atenção do seu médico para este distúrbio.
Este aspeto deve ser sempre avaliado com o seu médico. É necessário distinguir entre situações absolutamente normais, como acordar cedo de manhã para urinar e depois voltar a dormir e uma urgência que envolve acordar a meio da noite. Deve reconsiderar a ingestão de líquidos antes de ir para a cama; se bebeu muito antes de ir para a cama provavelmente terá que acordar para urinar. Sabemos que a bexiga aguenta até 400-600 mililitros de urina. Quando o conteúdo é de cerca de 200 mililitros de urina começam os primeiros estímulos para urinar, mas sem urgência, porque a bexiga ainda pode conter muita urina. No entanto, quando o enchimento é superior a 500 mililitros, o estímulo torna-se urgente. Portanto, o conselho é beber especialmente durante o dia, antes do jantar, e esvaziar a bexiga antes de ir para a cama.
Também deve ser considerada a recorrência do distúrbio, ou seja, se a necessidade de urinar à noite acontece ocasionalmente ou regularmente. Por si só, a necessidade de uma pessoa se levantar regularmente à noite para urinar é considerada um distúrbio (chamado “noctúria”) que tem repercussões importantes na qualidade de vida, saúde geral, produtividade e bem-estar do parceiro. A International Continence Society define noctúria como “a necessidade de acordar à noite 1 ou mais vezes para urinar”. A noctúria geralmente ocorre em mais de 50% dos homens e mulheres com mais de 60 anos (Leslie et al. 2019). A prevalência aumenta com a idade. No entanto, a noctúria não deve ser considerada uma consequência “normal ou inevitável” do envelhecimento e pode quase sempre ser melhorada utilizando uma combinação de soluções, incluindo estilo de vida, medicação, exercício, dieta e outras técnicas. Por isso, se tem este distúrbio, deve falar com o seu médico.
A próstata é uma glândula que faz parte do aparelho genital masculino (órgão sexual secundário) e contribui para várias funções, incluindo a função urinária. Localiza-se logo abaixo da bexiga e em frente ao reto (parte terminal do intestino) e envolve o primeiro trato da uretra, o ducto que transporta a urina da bexiga para fora. Normalmente tem uma forma e tamanho que lembra uma castanha (pesa cerca de 20 gramas). Um aumento da próstata é bastante normal com a idade. Deve-se lembrar que a próstata é considerada um órgão sexual secundário: tem uma função importante na produção de fluído seminal, fornecendo substâncias essenciais para a vitalidade do esperma. É portanto natural que, tal como todo o sistema reprodutor, com o avançar da idade, a próstata sofra certas alterações que são, na sua maioria, absolutamente fisiológicas (como a tendência para aumentar o volume da próstata, após os 45-50 anos). No entanto, em alguns casos, a mudança nas características da próstata pode ser acompanhada por alguns distúrbios urinários, que você deve ser capaz de reconhecer e relatar ao seu médico.
Um aumento no tamanho da próstata será avaliado através de exame médico e de um exame chamado ecografia transretal.
O exame médico da próstata é chamado toque retal. A próstata tem a “vantagem” de estar em contacto com o reto, podendo então ser palpada facilmente inserindo um dedo através do canal anal. O exame é absolutamente indolor. O aspeto “incomodativo” é sobretudo psicológico. O médico, depois de colocar uma luva que irá proporcionar lubrificação, introduz suavemente um dedo através do ânus, no reto do paciente, para avaliar as características da próstata. O exame dura poucos minutos.
Para completar o exame, pode ser necessário uma ecografia transretal. Esta é uma técnica de imagem que utiliza ultrassom, ou seja, ondas sonoras de frequência muito alta. Este exame é capaz de medir exatamente o tamanho da próstata e suas possíveis alterações estruturais. Este exame também é absolutamente indolor. O paciente está deitado de lado numa cama. O médico insere suavemente uma pequena sonda lubrificada com gel através do ânus. O exame geralmente dura cerca de dez minutos.
Em primeiro lugar, deve salientar-se que a obesidade e o excesso de peso são inimigos da saúde da próstata. Por isso, será sempre apropriado avaliar este aspeto com o seu médico, para receber conselhos sobre o estilo de vida e sobre a dieta mais adequada para manter ou recuperar o seu peso.
Dito isto, para ser mais claro sobre quais os alimentos que são bons e quais não são, podemos referir as indicações da Sociedade Italiana de Urologia (SIU), que compilou as principais dicas para manter o sistema urinário saudável em 10 regras simples, as “Regras SIU”.
Nessas regras, em relação à nutrição, recomenda-se limitar o consumo de gordura animal, cerveja, enchidos, especiarias, pimenta, malagueta, álcool (incluindo vinho e cerveja) e café.
Os alimentos que contêm antioxidantes como a vitamina A (por exemplo, cenouras, damascos, espinafres, brócolos, tomates), vitamina C (por exemplo, groselhas, kiwis, citrinos, morangos, mirtilos, couve-flor, pimentos), vitamina E (por exemplo, azeite, óleos vegetais, germe de trigo), selénio (por exemplo, carne, frutos secos, gema de ovo), zinco (por exemplo, carne vermelha, frutos secos, fígado) são bons.
Também deve ser dada atenção à ingestão diária de água. A SIU recomenda beber pelo menos 1,5 litros de água em intervalos regulares ao longo do dia. É melhor beber água de baixo teor mineral, leve, com baixo teor de sódio e diurética, o que facilita a função renal, permitindo a eliminação de resíduos e excesso de líquidos. Em relação à ingestão de líquidos, no entanto, é aconselhável recomendar beber especialmente nos momentos mais apropriados, limitando assim os líquidos em determinados momentos do dia, o que tornaria a necessidade de urinar particularmente desconfortável (por exemplo, antes de ir para a cama ou antes de sair).
O ardor durante a micção pode ter várias causas, por isso é sempre importante chamar a atenção do seu médico para este sintoma.
Pode ser causada por inflamação do trato urinário inferior (bexiga, uretra e/ou próstata), como cistite ou prostatite, ou por um aumento da próstata. Em qualquer caso, é um sintoma importante que merece mais investigação, que só o médico pode orientar.
A sigla PSA deriva do inglês “Prostate Specific Antigen”, ou seja, antigénio específico da próstata. É uma proteína produzida “especificamente” pela glândula prostática, que é vertida no esperma para retardar a coagulação e a secagem do esperma após a ejaculação. Uma quantidade muito pequena de PSA espalha-se no sangue, onde pode ser rastreada e medida (valores normais: 0-4 nanogramas – ou bilionésimos de grama – por mililitro de sangue).
Um simples exame de sangue pode detetar a presença de PSA total e da chamada fração “livre”. Sabemos que uma parte do PSA circula no sangue de forma “ligada”, ou seja, associada a outras substâncias, enquanto uma segunda fração é “livre”. A soma de PSA “livre” e “ligado” constitui o PSA total. Na doença maligna (cancro da próstata), a parcela “livre” diminui, enquanto isso não ocorre na doença benigna, como prostatite (inflamação da próstata) ou trauma, ou mesmo hiperplasia benigna da próstata (HBP). Este levantamento tornou possível esclarecer o valor deste marcador tumoral, que por si só não é “puro”, ou seja, pode aumentar mesmo para patologias absolutamente benignas. A relação entre o PSA livre e o PSA total é, portanto, mais fiável do que o PSA total. Por conseguinte, muitos laboratórios comunicam automaticamente esta relação quando o PSA excede os valores normais.
Para evitar falsos positivos, é aconselhável abster-se de atividade física ou sexual intensa durante as 48 horas anteriores à realização do teste de sangue PSA, uma vez que ambas as condições podem aumentar os níveis de PSA no sangue. Pela mesma razão, o teste deve ser realizado pelo menos uma semana após um eventual exame retal e seis semanas após uma eventual biópsia da próstata. Alguns medicamentos para a próstata ou produtos à base de plantas podem mascarar níveis alterados de PSA, por isso é importante dizer ao seu médico se estiver a tomar algum.
A bexiga serve principalmente como reservatório para a urina produzida pelos rins e pode conter até 400-600 mililitros de urina (continência média em adultos: 400 mililitros). O esvaziamento da bexiga é controlado por um músculo chamado “detrusor”, que corresponde ao músculo da parede superior da bexiga (a chamada “cúpula”). Para que a bexiga esvazie, a pressão exercida no interior da bexiga deve aumentar até que a resistência da uretra (o canal estreito que transporta a urina para fora) seja superada.
Quando o esvaziamento da bexiga está completo, o pavimento pélvico e o esfíncter uretral contraem-se e os músculos da parede da bexiga relaxam. Qualquer urina deixada a meio caminho na uretra é empurrada de volta para a bexiga pela contração da musculatura do ducto.
Se o esvaziamento estiver incompleto, a pessoa pode sentir essa sensação, com a necessidade de continuar a “empurrar”, para continuar a urinar. Outro sintoma característico é o número de micções e seu volume. Se a necessidade de urinar é frequente, mas pequenas quantidades de urina são emitidas de cada vez, isto pode significar que com cada micção a bexiga não se esvazia completamente.
Para confirmar este distúrbio urinário será apropriado fazer alguns exames (por exemplo, uma urofluxometria e uma ecografia pós-micção) e, claro, o exame médico. O médico, palpando o abdómen, pode de facto já fazer uma avaliação inicial do estado da bexiga.
Em qualquer caso, a sensação de esvaziamento incompleto da bexiga nunca deve ser subestimada, na base deste sintoma pode haver problemas na bexiga e/ ou próstata que exigem um diagnóstico adequado.
A ecografia é uma técnica de diagnóstico por imagem não invasiva, baseada na exposição ao ultrassom da área do corpo a ser examinada. O instrumento (ecógrafo) possui uma sonda que emite ondas sonoras especiais, chamadas ultrassom (não audíveis para o ouvido humano), que são enviadas para os tecidos da área a ser examinada. Os tecidos que recebem estas ondas refletem-nas em diferentes graus, dependendo da consistência dos próprios tecidos; a mesma sonda que as gerou captura os ultrassons refletidos e converte-os em sinais elétricos.
O ecógrafo processa esses sinais e transforma-os em imagens, utilizando softwares especiais, para reconstruir a forma e a consistência dos tecidos e órgãos estudados.
No exame do trato urinário, é dada especial atenção aos dois rins, aos canais que ligam os rins à bexiga (ureteres) e à própria bexiga. No homem, a próstata também é examinada. No entanto, um tipo mais específico de ecografia, chamada ecografia transretal, é geralmente usada para avaliar melhor a próstata.
O exame é absolutamente não invasivo e indolor. O técnico segura o terminal da sonda, como um marcador grande e fá-la deslizar para a frente e para trás e variando a inclinação, no abdómen da pessoa deitada. O operador vê as imagens de tecidos e órgãos num monitor. Esta imagem serve como um guia para explorar melhor certas áreas.
O paciente está geralmente numa posição deitada e sem roupa que cubra a área a examinar. Um gel transparente é aplicado na pele da área em questão, sobre a qual a sonda do ecógrafo é colocada (o gel facilita a condução do ultrassom). Para melhor examinar as paredes da bexiga, o exame deve ser realizado com a bexiga cheia, por isso é recomendado reter a urina na hora antes da ecografia, após beber uma quantidade adequada de água (pelo menos 1 litro). No total, o procedimento pode demorar entre 15 a 45 minutos.
A consulta começa com a anamnese. Anamnese significa “história”. Na verdade, o médico faz algumas perguntas ao paciente, para dispor de todas as informações necessárias sobre as doenças do paciente. Em particular, o médico irá perguntar se houve alguma doença importante atual ou passada (da pessoa e da sua família) e que distúrbios tem atualmente. Então, entrando em mais detalhes, vão tentar entender juntos quando é que esses transtornos apareceram, que características têm, o quanto afetam a qualidade de vida. Neste sentido, o médico tentará também compreender bem o que é o estilo de vida da pessoa, identificando os aspetos a serem corrigidos.
Pode ser muito útil, alguns dias antes da visita, preencher um diário miccional, isto é, marcar o dia-a-dia: qualquer distúrbio urinário, características da micção, despertar nocturno para urinar, dor urinária, esforço para começar a urinar, jato fraco, entre outros.
O urologista passa então a examinar a próstata, através do chamado “toque retal”, que visa avaliar diretamente o volume e a consistência da próstata, bem como a possível presença de nódulos prostáticos suspeitos. O médico, depois de colocar uma luva que irá proporcionar lubrificação, introduz suavemente um dedo através do ânus, no reto do paciente, para avaliar as características da próstata. O exame dura poucos minutos.
Para completar o exame, o urologista geralmente também realiza uma palpação do abdómen para verificar o estado da bexiga. Em particular, esta avaliação destina-se a verificar a ausência do chamado “globo vesical”, que pode indicar uma retenção crónica de urina.
Note-se que a atividade física diária, adaptada à sua saúde, é sempre aconselhável para a saúde de todo o organismo. No que diz respeito ao bem-estar do trato urinário, sabemos que aqueles que fazem mais atividade física têm menos distúrbios urinários do que aqueles que fazem pouco ou nenhum exercício físico. Em particular, há menos problemas urinários com o esvaziamento da bexiga. Por outro lado, o mau exercício está associado a um risco aumentado de distúrbios urinários e a uma tendência a apresentar sintomas urinários mais graves. Dito isto, no que respeita especificamente à saúde da próstata, a atividade física pode ter um efeito positivo através de efeitos hormonais benéficos.
Em geral, a atividade física recomendada está ao alcance de todos. O conselho é fazer pelo menos 30 minutos de atividade aeróbica (caminhada, jogging, ciclismo, natação), pelo menos 5 dias por semana.
Se pretende fazer algo mais, como participar numa atividade desportiva mais intensa, deverá ter algumas precauções caso sofra de distúrbios urinários provocados pela próstata.
Por exemplo, a utilização da bicicleta deve ser limitada, e deve ser equipada com um selim ergonómico, concebido especificamente para não sobrecarregar demasiado as partes inferiores (pavimento pélvico). Muito tempo de ciclismo, particularmente em terreno irregular, pode de facto causar stress traumático que afeta todo o pavimento pélvico, irritando assim também a próstata.
Pela mesma razão, andar de motocicleta, de ciclomotor ou a cavalo também deve ser restrito.
Nos desportos aeróbicos, recomenda-se a natação, a corrida e as caminhadas longas.
Os distúrbios urinários, também chamados de LUTS (Lower Urinary Tract Symptoms), podem comprometer a qualidade de vida, pois, além do problema físico, são sempre acompanhados de desconforto psicológico, que pode variar de indivíduo para indivíduo. Os sintomas urinários podem, portanto, levar a renúncias e limitações, mesmo nas relações sociais.
Os sintomas urinários considerados mais incomodativos são a urgência de urinar e o gotejamento pós-micção (gotejamento prolongado do jato urinário, após esvaziamento da bexiga). É fácil imaginar porquê. Se uma pessoa está a viajar ou com amigos fora de casa, pode sentir-se desconfortável devido à necessidade de usar frequentemente as casas de banho e ficar lá mais tempo; por esta razão, algumas pessoas não fazem viagens longas nem andam em meios de transporte em que é difícil parar (por exemplo, de autocarro). Além do sintoma em si, há também desconforto e constrangimento para com colegas, amigos, familiares ou parceiros.
Entre os distúrbios urinários mais incomodativos, há também a necessidade de urinar à noite (termo médico: noctúria), que envolve sonolência e fadiga durante o dia, dificuldades de concentração e memória, o que pode ter um impacto negativo no desempenho no trabalho. Além disso, pode haver um desconforto relacionado com a perturbação do sono do parceiro.
Num homem de meia-idade, o aparecimento de sintomas urinários geralmente sugere um problema de próstata. Nas mulheres, especialmente após a menopausa, os sintomas urinários devido a infeções do trato urinário (cistite) ou incontinência urinária de esforço (como resultado de alterações anatómicas relacionadas à menopausa) são mais frequentes. Em qualquer caso, é aconselhável discutir o assunto com o seu médico.
A necessidade de urinar frequentemente pode fazer parte dos chamados sintomas urinários irritativos da próstata. Pode, portanto, indicar uma fase inicial de um problema de próstata. A próstata, devido à sua localização anatómica, quando inflamada ou aumentada pode perturbar o chamado “colo vesical” (a área do funil que, a partir da bexiga, transfere a urina para o canal de excreção, denominado uretra). Este distúrbio pode desencadear a vontade de urinar frequentemente, quer durante o dia (termo médico: polaquiúria), quer com despertares noturnos (noctúria). A necessidade de urinar também é sentida como uma necessidade súbita e não procrastinante (urgência urinária), com o consequente possível risco de pequenas perdas de urina (incontinência urinária de urgência).
Independentemente dos problemas da próstata, o desejo de urinar frequentemente também pode ser causado por outras doenças; neste caso fale com o seu médico para fazer exames atempadamente.
Veja também “Quais são os principais distúrbios urinários?””
De acordo com as recomendações da Sociedade Italiana de Urologia (SIU), a atenção à saúde do trato urinário não depende da idade… Já na criança deve fazer-se uma avaliação de anomalias no desenvolvimento dos órgãos genitais. Portanto, os check-ups devem ser realizados na puberdade, idade adulta e velhice.
No que respeita especificamente ao exame da próstata, após os 50 anos de idade, pode ser adequado – na opinião do médico – efetuar um exame de sangue pelo menos uma vez por ano. Nessa ocasião, o seu médico poderá pedir-lhe que verifique o seu PSA e/ou testosterona. O PSA é um marcador específico da próstata que é útil para a deteção precoce de inflamação anormal ou aumento da próstata. A testosterona (a principal hormona masculina) pode orientar a avaliação do seu médico sobre suspeitas de distúrbios sexuais.
Sabemos que a próstata deve ser considerada um órgão sexual secundário, com uma função importante na produção do líquido seminal, fornecendo substâncias que são fundamentais para a vitalidade dos espermatozóides. Tal como todo o sistema reprodutor, à medida que envelhece, a próstata sofre certas alterações que são em grande parte absolutamente fisiológicas, com tendência a aumentar o volume da próstata após os 45-50 anos. Em qualquer caso, independentemente da idade, se tem distúrbios urinários típicos de distúrbios da próstata, como a necessidade de levantar-se à noite regularmente para urinar, deve sempre falar com seu médico com a maior brevidade possível.
De notar que, em geral, os transtornos sexuais podem muitas vezes ser associados com distúrbios urinários. Além disso, ambos os tipos de distúrbios podem afetar a saúde sexual do casal. Por conseguinte, seria sempre apropriado considerar os problemas na esfera sexual como um problema de casal, cuja solução requer a colaboração de ambos os parceiros. Como tal, é essencial que o casal preste atenção mútua a estas questões e não tenham vergonha de falar sobre elas em conjunto. A este respeito, também é muito útil que ambos visitem o médico. O seu médico também pode fazer perguntas ao seu parceiro sobre como se sente em relação à sua situação. Para esta avaliação, é feita referência sobretudo ao tipo de sentimentos sentidos por homens e mulheres, valorizando a importância dos mesmos.
Para entrar nas especificidades da questão, deve-se lembrar que a próstata é considerada um órgão sexual secundário, pois a sua principal função é produzir o fluído prostático que se mistura com o esperma durante a ejaculação e contém os elementos necessários para a vitalidade dos espermatozóides. Por esta razão, é claro que uma boa saúde da próstata é essencial para garantir uma atividade sexual adequada e para manter a fertilidade masculina.
Finalmente, como aponta a Sociedade Italiana de Urologia (SIU), no caso da infertilidade dos casais, em 50% dos casos o problema está relacionado com o sexo masculino. Assim, pode ser adequado realizar um exame do sémen em antecipação da gravidez. Quaisquer alterações podem destacar problemas que podem ser resolvidos, se abordados em tempo útil.
A próstata é um órgão exclusivamente masculino localizado logo abaixo da bexiga e na frente do reto (parte terminal do intestino) e envolve o primeiro trato da uretra, o ducto que transporta a urina da bexiga para fora. Esta característica também é particularmente importante para regular o fluxo urinário. Se o volume da próstata está aumentado (termo médico: hipertrofia), a próstata pode comprimir o chamado “colo vesical” (a área do funil que transfere a urina da bexiga para o canal de emissão, chamada uretra), limitando assim o fluxo de urina. Esse comprometimento do fluxo urinário é caracterizado por sintomas urinários característicos, definidos como irritativos e obstrutivos.
Os sintomas irritativos são típicos das fases iniciais das alterações da próstata e incluem:
- Necessidade de urinar frequentemente durante o dia (polaquiúria)
- Acordar de noite com necessidade de urinar (noctúria)
- Necessidade repentina e urgente de urinar
- Incontinência urinária de urgência
Sintomas obstrutivos ocorrem especialmente em estágios avançados, quando as alterações na próstata podem causar obstrução da bexiga e colo uretral, e consistem em:
- Fluxo urinário fraco e intermitente
- Dificuldade em começar a urinar
- Necessidade de esforço para urinar
- Fase final de micção prolongada e gotejante
- Sensação de esvaziamento incompleto
- Perda involuntária de urina imediatamente após a micção
